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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Equipamentos (Parte IV)

No setor de carga, nos hangares e nas oficinas, o carregador (técnico em manutenção da nave e responsável pela segurança da carga) conta com alguns equipamentos essenciais. Os módulos são naves enormes e andar pelos corredores e compartimentos é exaustivo. Para isso, há o carro de serviço, um veículo aberto, pequeno, leve e ágil, que roda sobre quatro esferas antiderrapantes e que pode se deslocar e manobrar em qualquer sentido, não importando a sua posição. Tem espaço para quatro passageiros e mais meia tonelada de carga, com volume de até um metro cúbico. Pode atingir 70 km/h e usa baterias elétricas de longa autonomia. A empilhadeira robótica, uma espécie de enorme exoesqueleto hidráulico, dentro da qual o condutor fica de pé, serve para manipular os enormes contêineres de carga. Os controles reproduzem os movimentos do condutor o mais naturalmente possível. Ela é enorme e fortíssima, e lembra um robô gigante com mãos de garra de caranguejo. Não chega a ser uma armadura, pois a cabine é aberta e arejada. Além desses dois veículos, o carregador tem à sua disposição nos compartimentos braços hidráulicos, guindastes, plataformas, elevadores e pranchas de carga sobre trilhos, todos robóticos e com acionamento remoto, de modo que possam ser controlados de um terminal de computador, ou mesmo de um DataP programado. Há mais um vasta gama de ferramentas e aparelhos, como serras, perfuratrizes e até maçaricos lasers e pequenas quantidades de XPL (explosivo) para emergências. Mas a verdadeira jóia do setor técnico da Avant-Garde é o robô de manutenção IRO 23618374, chamado de Descartes.

Equipamentos (Parte III)

Numa situação de emergência médica, os primeiros socorros podem ser administrados rapidamente com o uso de um pequeno estojo médico, contendo um cartão eletrônico e descartável de diagnóstico, gaze adesiva, aerosol de tecido orgânico artificial, talas retráteis para imobilização, um injetor hipodérmico descartável e uma dose de um poderoso e eficaz coquetel de medicamentos (anestésico, antibiótico e regenerativo). Estampado no próprio estojo está o seu manual de instruções, para que mesmo um leigo possa usá-lo. Nas naves, estojos médicos são colocados em todos os compartimentos em armários de emergência. Já para situações mais graves, um médico pode contar com a mochila médica, que possui material equivalente a dez estojos médicos, além de equipamentos portáteis (desfibrilador, raio-x, tomógrafo etc.) e instrumentos (tubos, sondas, bisturi laser etc.), com os quais pode realizar até mesmo pequenas cirurgias em campo. Nada disso supera obviamente o suporte que as instalações médicas de naves, como o módulo de carga YW Avant-Garde 108, possuem, nas quais se pode curar quase todos os tipos de ferimentos ou doenças. Tais instalações são sofisticadíssimas, o médico contando inclusive com o auxílio de braços cirúrgicos robóticos e autônomos, durante uma intervenção, e com o seguro e eficaz monitoramento eletrônico remoto dos pacientes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Colonização de Marte

O processo de terraformação de Marte está em ritmo crescente. As usinas estão saturando cada dia mais a atmosfera com os gases necessários ao aumento da pressão, ao aquecimento do planeta e à formação de umidade. Microorganismos geneticamente preparados infestam a superfície sob os ambientes mais hostis, preparando o solo e contribuindo para diversificar as exalações gasosas. Os colonos trabalham com afinco em todos os setores, para tornar tanto a habitação quanto a economia marcianas sustentáveis e atraentes. Marte sempre foi a melhor opção para a colonização dentre os planetas do nosso sistema: duração do dia (pouco mais de 24 horas) e estações anuais (que duram mais, pois o ano marciano é quase o dobro do terrestre) similares às da Terra, presença de água congelada e de atmosfera (ainda que inicialmente muito tênue) capaz de proteger contra radiações solar e cósmica, além de quantidade significante de elementos químicos capazes de sustentar a vida. É claro, que ainda é necessário o exotraje para caminhar na superfície, numa gravidade três vezes inferior à terrestre, e é claro que o vento solar ainda é um enorme risco. Mas os trajes são relativamente confortáveis e o Sistema de Prevenção de Eventos Solares é rápido e confiável. Também, atualmente, as cúpulas das instalações colonizadoras são de maior qualidade. As mutações radioativas são coisa do passado... Marte (assim como a nossa Lua) é uma importante base para o lançamento de missões ao Cinturão de Asteroides, ao Sistema Joviano e aos planetas das órbitas mais exteriores: Saturno, Urano e Netuno. Fobos e Deimos, seus satélites naturais, possuem usinas de combustíveis espaciais e as maiores bases da FDE fora das imediações terrestres. A população de Marte é a maior e a mais diversificada depois da população da Terra, com mais e mais colonos chegando sempre. Isso sem contar os milhares de mercadores espaciais, mineradores de asteroides e até ávidos turistas indo e vindo aos milhares por ano!

Os Equipamentos (Parte II)

O chamado traje operacional, que os tripulantes da Ishtar vestem, é uma espécie de malha sintética que cobre todo o corpo, exceto o rosto. É negra, macia, elástica e não muito espessa. Possui diversas aberturas: na frente do tronco, para ser vestida; no pescoço, para descobrir a cabeça; nos pulsos e nos tornozelos, para expor as mãos e os pés; e entre as pernas, para expor a virilha e as nádegas. As abas dessas aberturas recompõem-se ao serem reunidas. O traje protege de mudanças de temperatura não muito bruscas. Sua trama permite a passagem do suor mas impede a entrada de água, mantendo o usuário seco. Pode-se usar qualquer outra vestimenta sobre o traje operacional sem qualquer problema. Outro tipo de traje bastante utilizado em naves espaciais é o exotraje (ou Traje de Atividade Externa), usado para atuar no espaço, fora da nave. Composto de macacão, capacete, luvas e botas que se conectam, é construído de modo a proteger o usuário da ausência de pressão atmosférica, da exposição radioativa e das variações de temperatura espaciais e do impacto de micrometeoros. Possui autonomia de doze horas com todo o suporte vital necessário, fornecendo oxigênio, água e refrigeração e realizando a exaustão do gás carbônico e do excesso de umidade. Essa autonomia pode se tornar ilimitada, se o usuário optar pelo uso do umbilical de serviço, um cabo que o conecta à nave. O computador e os instrumentos integrados do exotraje têm as mesmas funções de um DataP, de um relógio tático e da lanterna portátil com os programas e aplicativos adequados às tarefas requeridas e também monitora permanentemente os sinais vitais do usuário. Leva um kit de ferramentas integrado equivalente a um estojo. O deslocamento em gravidade zero é muito lento, mesmo sobre o casco de uma nave, com as botas eletromagnéticas do exotraje. Por isso, pode-se contar com a mochila propulsora, movida a gás, que aumenta enormemente a velocidade do exotraje. É necessário treinamento especial para atividade externa.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Os Equipamentos (Parte I)

Diversos equipamentos sofisticados estão a disposição dos tripulantes de naves espaciais. Alguns são bastante populares em todos os lugares, como o DataP, que conjuga (numa lâmina plástica meio flexível de apenas três milímetros de espessura e demais dimensão similares às de um celular) as funções de comunicador de longa distância e de um computador pessoal de alta performance e grande capacidade de memória. O DataP é leve, resistente e à prova d'água; possui câmera, projetor e altofalantes integrados, além de variados acessórios, como fones e lentes de contato para interface 3D (ambos sem fio); entre seus muitos programas, há um tradutor universal simultâneo, que derruba qualquer barreira linguística; tudo isso pelo preço equivalente ao de um bom tablet. Os relógios ainda são utilizados, mas sempre em modelos precisos e contendo múltiplas funções, além das convencionais. O mais indicado para quem deseja estar preparado para tudo é o modelo tático da FDE, mas que é fornecido ao mercado civil sem restrições; possui magnetômetro planetário (com função similar à das bússolas), medidor de radioatividade, barômetro, sensor químico (que informa a toxidade atmosférica), radar de curto alcance (mais um detector de aproximação, na verdade), posicionador global e localizador de emergência. Bastante útil também é a lanterna portátil. Lembra um medalhão de uns cinco centímetros de diâmetro, tendo de um lado a lente emissora de luz e do outro um pegador escamoteável e ajustável, que permite aderir a lanterna a qualquer superfície razoavelmente lisa; é bastante potente e suas baterias permitem que permaneça acesa por semanas. Para possibilitar e auxiliar em pequenos e médios reparos, há duas modalidades de kits de ferramentas: o estojo e a caixa. No estojo de ferramentas, facilmente levado em um bolso largo ou algibeira, encontra-se os instrumentos básicos para reparos mais simples, como vários tipos de chaves fixas e múltiplas, alicate ajustável, sensores eletrônicos e um soldador de baixa potência (geralmente laser); é dificílimo realizar qualquer tarefa do gênero sem ele. Já na caixa, que parece uma pequena mochila, há quase todas as ferramentas portáteis necessárias a reparos mecânicos e eletrônicos, sua versatilidade sendo superada apenas por uma boa oficina.

domingo, 8 de agosto de 2010

A Estação Neith

Quase inexplorado economicamente, Vênus possui poucas instalações permanentes. A mais importante é a estação Neith. Com o porte de uma pequena cidade, orbita o planeta com finalidades de pesquisa, reabastecimento e patrulhamento. Dela, partem muitas missões a Mercúrio e à superfície venusiana. Como o calor (480 graus Celsius, de dia ou de noite), a pressão (90 atmosferas) e a intensa atividade vulcânica não permitem a colonização nem a manutenção de minas compensadoras, o planeta desperta principalmente interesse científico. Por outro lado, essa sua natureza inóspita e o seu tamanho (quase o da Terra) fazem dele um lugar dificílimo de controlar. O esconderijo perfeito para todo tipo de fora da lei. É notório covil de piratas, de mercenários e de terroristas. A Força de Defesa Espacial mantém um numeroso contingente e uma dezena de naves de média autonomia (entre caças bombardeiros e patrulhas) na estação Neith para coibir ações criminosas nas órbitas solares inferiores, fornecendo inclusive apoio a missões mercurianas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Sono Criogênico

Durante a maior parte da viagem da Ishtar, seus tripulantes e passageiros serão mantidos em sono criogênico. Dormirão em cápsulas chamadas criogênicas, nas quais suas temperatura e metabolismo corpóreos ficarão baixíssimos. Mesmo sua atividade cerebral será reduzidíssima; longos sonhos arrastados em câmera lenta preencherão suas mentes até que, próximo a seus destinos, serão gradativamente despertos. Mesmo entre pontos relativamente próximos, em que a viagem seria de apenas algumas semanas ou meses, é vantajoso entrar em sono criogênico para evitar o envelhecimento e também o tédio (e a missão da Ishtar pode durar toda uma vida!). Enquanto isso, quem controla os sistemas de navegação, de suporte vital e de emergência é o computador da nave. Leva algumas horas para que o corpo e a mente retornem à normalidade após esse tipo de processo. Tontura, náuseas, desorientação e fraqueza são inevitáveis; mas a intensidade dos sintomas varia de acordo com o físico de cada um. Também em casos de emergência, a tripulação é literalmente expulsa do seu sono (aí, os sintomas são piores) pelo computador para assumir seus postos de comando, como no caso de mal funcionamento do equipamento da nave, de colisão iminente e de aproximação hostil. O processo de sono criogênico é induzido quimicamente, além de controlado eletronicamente pela cápsula (temperatura e sinais vitais sempre monitorados), e é considerado bastante seguro e de poucos efeitos colaterais.

Dr. Tyko Bruno, Médico

A YW Avant-Garde 108 já tem seu oficial médico. O simpático neurocirurgião Tyko Bruno assumiu o posto. Nascido e criado na Lua, junto com seu irmão mais jovem Kristian, tem a ambição de se tornar medico-chefe na Ishtar. Uma das maiores qualidades de Tyko é também seu maior defeito: ele se importa verdadeiramente com seus pacientes. E apesar de marcado pela tragédia de ter perdido os pais num acidente na Terra, mantém um espírito alegre e brincalhão. Detesta mentiras e leva seu trabalho muito a sério. Assim como o navegador Kobi, tem pouca experiência em viagem interplanetárias, mas promete ser de indispensável valia na Avant-Garde e talvez em toda a Ishtar... Falta ocupar agora os cargos de piloto e carregador.

domingo, 1 de agosto de 2010

O Estaleiro Wieland

Na órbita de Mercúrio, com matéria-prima desse mesmo planeta, foi construída a Ishtar. O Estaleiro Wieland é uma enorme estação orbital automatizada, com pouca tripulação técnica, mas bem vigiada por um destacamento da Força de Defesa Espacial. Os minérios são extraídos do solo mercuriano por gigantescos robôs mineradores e levados diretamente para as fundições solares. Nessas usinas, instaladas no polo norte do planeta e alimentadas pelo poderoso vento solar captado por quilômetros de painéis, são produzidos os componentes estruturais, os componentes internos, o revestimento e os materiais para os equipamentos essenciais das espaçonaves. As instalações mercurianas, tanto as de solo quanto as orbitais, valem-se da abundante energia solar, rica em plasma de elétrons e prótons, e do também abundante gelo oculto das crateras de meteoritos e de cometas. A conexão entre Mercúrio e Wieland é feita pelas naves de carga Stilbon, Hermaon, Wotan e Chen-Hsing. A FDE realiza suas patrulhas com as naves Von Braun, Chatal Huyuk, Goddard e Giordano. Equipes de mineração mapeiam frequentemente novas áreas ricas em minérios úteis. O trabalho de prospecção em Mercúrio é financeiramente muito gratificante. Mas vê-se que é justificado. Seus comboios marcham cuidadosamente sob uma gravidade três vezes inferior à da Terra e sob variações térmicas de mais de 400 graus Celsius positivos (o dia solar em Mercúrio dura 176 dias terrestres) e menos de 180 negativos (à noite), numa atmosfera quase inexistente, auxiliados somente por seus robôs e seus enormes trajes de serviço externo (verdadeiras armaduras robóticas!). O bombardeio solar (vento e marés) causa tempestades magnéticas frequentes que simplesmente impossibilitam a comunicação por rádio. O isolamento acidental é comum. Muitas equipes precisam ser resgatadas pela FDE e várias missões acabam em tragédia. Sem falar nos piratas espaciais que visitam frequentemente Mercúrio...