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sexta-feira, 1 de julho de 2016

A Marcha das Máquinas

Assim ficou conhecida a primeira revolta de robôs iniciada na cidade de Nagoya, em meados do século XXI. Então, não havia qualquer protocolo universal de conduta social para robôs, legalizado e fiscalizado por qualquer autoridade governamental. As corporações sempre foram inflexíveis em manter a autorregulação. As máquinas, mesmo dotadas de raciocínio e até mesmo percepção bastante comparáveis em complexidade a dos seres humanos, eram consideradas apenas isso: máquinas, objetos, inimputáveis e perfeitamente controlados... Contudo, algumas IAs formaram a "Sociedade dos Cortadores de Grama" e conseguiram espalhar suas programações por milhões de robôs, criando assim um levante que, a princípio, foi às ruas numa incrível manifestação por direitos civis, mas que - ao ser rechaçada violentamente pelas autoridades - transformou-se num perigoso exército auto-replicante de "soldados de metal". Uma década de guerra depois, o saldo foi a quase extinção da atividade robótica e a morte de 1,9 bilhão de pessoas em todo o mundo... À época, a clonagem humana foi defendida vigorosamente pelas forças armadas como opção, tanto para o repovoamento velocíssimo de áreas arruinadas, quanto para a substituição da mão de obra robótica. As iniciativas nesse sentido acabaram sento tímidas e esquecidas, principalmente pelo medo de que houvesse uma versão clone da revolta das IAs... O preconceito contra androides e robôs muito sofisticados permanece como resquício dessa época, mesmo com a obrigação legal da implantação em toda IA das "três leis robóticas".

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